O que é Economia Colaborativa e como ela fortalece a comunidade negra .

Também chamado de Economia Solidária, esse conceito pode transformar realidades de pessoas pretas.

A Economia Colaborativa ou Economia Solidária é um conceito que pode parecer recente, mas que é exercido há muito mais tempo do que se pode imaginar. A ideia da economia solidária pode transformar a realidade de pessoas pretas ao estimular o senso coletivo e a colaboração entre a nossa comunidade.

Com os impactos negativos de modelos econômicos tradicionais baseados no capitalismo, outras formas de consumir e de gerar riqueza passaram a ser estudadas. Isso permitiu à Economia Colaborativa se tornar mais conhecida nas últimas décadas, mesmo que muitos dos seus conceitos estejam presentes na vida de comunidades ancestrais e originárias há milênios.

Conheça mais sobre o que é a economia colaborativa, as vantagens desse modelo de economia solidária e como as suas ideias estão presentes na vida de povos tradicionais indígenas e negros há muito tempo.

 

O que é Economia Colaborativa?

 

A Economia Colaborativa pode ser definida como o modelo econômico em que a colaboração, a coletividade e a solidariedade baseiam as relações de consumo e a forma como um grupo de pessoas utiliza bens e serviços. Ao contrário de modelos econômicos tradicionais, na Economia Colaborativa (ou solidária), o importante não é acumular patrimônio ou capital, mas sim permitir que todos possam partilhar bens e serviços.

Por isso, uma série de práticas que visam a cooperação entre as pessoas, ou mesmo entre negócios, são adotadas em um modelo de Economia Colaborativa. Afinal, mais importante do que o crescimento de uma única pessoa, é o desenvolvimento coletivo, que permite a todos atenderem às suas principais necessidades.

Cooperativas diversas em setores como agricultura familiar, reciclagem ou mesmo mercado de crédito são exemplos da aplicação da Economia Colaborativa. Coletivos de pequenos e médios produtores ou mesmo grupos de artistas também podem ser considerados exemplos da economia solidária.

 

Quais são as vantagens da Economia Colaborativa?

 

A adoção da Economia Colaborativa traz uma série de vantagens para um grupo de pessoas, que pode estar em locais diversos como empresas, espaços culturais, bairros, assentamentos, associações etc.. Entre os principais ganhos , podemos destacar:

  • Uso eficiente e consciente de recursos diversos, o que prolonga a vida útil desses ativos;
  • Redução de custos no uso de bens e serviços, bem como do desperdício;
  • Ampliação do acesso ao uso desses recursos, já que mais pessoas podem usufruir de determinado produto ou serviço;
  • Fortalecimento do senso de comunidade, pois todos sabem da importância de colaborar de maneira coletiva;
  • Desenvolvimento sustentável e coletivo, com a riqueza produzida pelo grupo  sendo compartilhada entre todos.

     

A relação entre Economia Colaborativa e a comunidade negra

 

É possível dizer que povos originários e ancestrais em  África e nas Américas aplicavam, há milênios, uma série de técnicas que seriam caracterizadas hoje como parte da economia colaborativa. Isso porque esses povos sempre desenvolveram práticas que visavam o compartilhamento de recursos e a conservação do meio ambiente, o que era importante para o desenvolvimento de toda a comunidade e manutenção da vida.

Práticas de manejo de plantações, extração racional de recursos naturais, caça controlada e outras que abasteciam um povo sempre foram adotadas de forma a manter o equilíbrio ambiental e garantir que todos pudessem viver dignamente. Além disso, em muitos locais a troca de produtos era uma maneira de comércio, o que também pode ser englobado como parte da economia colaborativa.

No Brasil, os quilombos são um bom exemplo de territórios que aplicavam e ainda aplicam a Economia Colaborativa em seu cotidiano. No Quilombo dos Palmares, por exemplo, a população exercia a coletividade camponesa: a terra e os bens do local eram  comuns a todos os habitantes. Além disso, o quilombo produzia bens para consumo próprio a partir da agricultura, pecuária e artesanato. O excedente era comercializado com áreas vizinhas.

Os povos indígenas também são um grande exemplo de Economia Colaborativa ancestral, já que a colaboração e o uso consciente de recursos baseia a vida em seus territórios. “Essas comunidades têm uma forte compreensão de seus ecossistemas circundantes, tendo desenvolvido relações complexas com plantas, animais e terra ao longo de milhares de anos. Como tal, eles possuem um conhecimento valioso sobre como gerenciar e proteger esses ambientes de forma sustentável, que tem sido transmitido por gerações”, explica o professor da UFPA Wesley Kettle em artigo do Ministério da Ciência e Tecnologia.

A Casa PretaHub é, além de um espaço, um impulso para a Economia Colaborativa com foco na preservação e difusão da cultura negra, com o objetivo de fortalecer a nossa comunidade. Aqui compartilhamos espaços, conhecimentos e crescemos juntos. Conheça mais sobre os trabalhos da Casa PretaHub em São Paulo/SP e em Cachoeira/BA!

 

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